terça-feira, 29 de abril de 2008


Tudo começou quando o ex-arbitro cearense Emanuel Gurgel que na época trabalhava com confecção e possuía uma banda, a Banda Aquárius, sentiu que o público, como ele, amava o forró. Entretanto, não existia sequer uma banda que só o tocasse. Esse pensamento foi suficiente dar início a Banda de forró Mastruz com Leite. A origem do nome vem dos tempos da faculdade, quando Emanuel Gurgel possuía um time de handbool que se chamava Mastruz com Leite. O time acabou e a banda herdou o nome que até hoje causa impacto e curiosidade entre as pessoas.
Para quem não sabe, o Mastruz é uma planta medicinal que cura doenças do aparelho respiratório e é um ótimo cicatrizante, entre outras finalidades. Entretanto, quando misturado ao Leite, "forma uma dose de vida", como disse o ex saxofonista e compositor da banda Jorge Nobre, ou serve para esquentar o corpo e a alma, espantando a tristeza e a solidão dos dispostos a provar do seu sabor apresentado hoje no em todo Brasil e em alguns países lá fora.Com uma composição inovadora, pois aliava novos instrumentos à sanfona, zabumba e triângulo, Emanuel pretendia revolucionar os padrões do forró, tornando-o estilizado e progressista. Era o "New Forró" que nascia com o Mastruz com Leite. Esse novo ritmo que contrariou alguns e satisfez outros, foi responsável pela renovação do estilo da Música Popular Nordestina.
A Banda, que teve início em novembro de 1990, possuía em sua primeira formação o sanfoneiro Zé Wilson, os bateristas Jean e Marcelo, o baixista Bel e os vocalistas Japinha e Tony Silveira, sendo que este último também era guitarrista. Com o tempo surgiu a necessidade de uma voz feminina na Banda. Inicialmente, o Mastruz, que só tocava nos intervalos dos shows da Banda Aquárius, fez seu primeiro show solo no Mangueira Clube, em Fortaleza. Depois resolveu sair da capital para o interior do Ceará, tocando principalmente em Quixadá, Iguatú e Campos Sales. A Banda começava a sentir que estava no caminho certo e resolveu divulgar seu trabalho pelo Nordeste, fazendo sua primeira apresentação em Araripinha – Pernambuco.
No Nordeste, sentiu algumas dificuldades para conquistar a Bahia, hoje superadas. A conquista da região Sudeste também foi difícil, mas foi alcançada. A única região que ainda não se contagiou com o ritmo delicioso do Mastruz com Leite foi a Sul. Mas isso é uma questão de tempo.
Tempo que também foi necessário em São Paulo. Isto porque, na primeira vez que foi convidado para tocar na capital, a Casa de Shows que o contratou não tinha um só pagante na hora do espetáculo. O público se resumia aos garçons, os empresários e os músicos. Hoje, o Mastruz consegue atrair mais de 0 mil pessoas em suas apresentações na capital de São Paulo.
Em 2002 com 12 anos de formação a banda fez sua primeira turnê internacional, essa nos Estados Unidos em cidades como Stanford, New York e Revere. Logo depois foi a vez de seguir o rumo da Europa em 2003 indo por duas vezes a Itália, Suíça e Portugal fazendo da cultura nordestina, uma cultura mundial. Mastruz com Leite continua depois de 15 anos de sucesso abrindo caminho para o forró torna-se um ritmo universal.
O repertório, do início, era composto por músicas "bregas" em ritmo de forró, músicas de Teixeirinha e alguns forrós conhecidos na época. Depois vieram as de duplo sentido e as gravações internacionais, cantadas na língua original, em ritmo de forró. Entretanto, deste repertório, somente as "bregas" e poucos pé-de-serra foram gravadas.
O primeiro sucesso do Mastruz foi à música "O Rei do Baralho", que tocou em muitas rádios e serviu como termômetro para a gravação do primeiro disco, o "Arrocha o Nó", produzido pela Continental, superando a fase em que gravava seus shows e vendia as fitas. O primeiro Disco de Ouro foi mérito do segundo CD "Coisa Nossa", gravado nos estúdios da SomZoom, que deste então, vem produzindo todos os CDs da Banda.
Preconceitos e dificuldades marcaram a trajetória do Mastruz com Leite. As pessoas não acreditavam que músicos simples, tocando um ritmo tipicamente nordestino, pudesse dar certo. Entretanto renderam-se ao sucesso da banda e muitos que criticaram, hoje elogiam, e até aproveitam o caminho aberto pelo Mastruz. Afinal, são quinze anos de carreira e cerca de 40 CDs lançados, com um repertório que inclui gravações de grandes nomes da música popular brasileira como: Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Dominguinhos, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e Peninha e outros.
O Mastruz já fez shows marcantes como o no Canecão-RJ, no Olímpiam-SP as grandes casas de espetáculos do Brasil. Apresentou-se em programas de TV como: Planeta Xuxa, Xuxa Hits, Faustão, Falcão na contramão, Jô Soares Onze e Meia, Hebe, Quem Sabe Sábado, Clodovil, Programa Livre, Vídeo Show, Especial Sertanejo, Sabadão, Mulheres, Mexe Brasil, Bom Dia & Cia, Raul Gil, A Casa é Sua, Ratinho, Eu Vi Na TV, Super Pop e muitos programas locais. E participou de várias micaretas, dentre elas: Micarina (Teresina - PI), Micaredanga (Brasília – DF, Lavagem do Bonfim (Salvador – BA), e sem esquecer do Carnaval de Salvador em 95 e Pré-carnaval de Fortaleza onde puxava o bloco Amor Q Fica com a música interpretada por Kátia Cilene e Xampu da banda Aquárius “Amor que Fica”.
Da formação inicial, só Kátia Cilene permanece na Banda, sendo assim a mais antiga no grupo que hoje possui 16 integrantes responsáveis por um público amante do ritmo mais quente e afrodisíaco do planeta. Entregue-se e divirta-se ao som do Mastruz com Leite a qual não é mais a maior do planeta, só continua sendo “A melhor banda de Forró do Planeta”.

Nenhum comentário: